sábado, 24 de dezembro de 2011

As principais pesquisas médicas do ano


Carne vermelha não faz mal ao coração


               Estudos apresentados no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Porto Alegre, em 19 de setembro, absolveram a carne vermelha, que por anos foi considerada um dos grandes vilões em relação às doenças cardíacas. As pesquisas concluíram que o alimento não faz mal, desde que consumido de maneira correta, ou seja, em porções de 150 gramas ao dia, sem gordura e fresca. Os estudos indicaram também que, embora não faça mal, a carne vermelha não oferece benefícios ao coração, como a carne de peixe.

Cerveja protege contra doenças cardíacas                                                                                         


               Embora muitas pesquisas já tivessem associado o consumo moderado de vinho à diminuição do risco de doenças do coração, nenhuma havia atribuído a mesma característica à cerveja. Foi o que fez um estudo do instituto italiano Research Laboratories, da Fondazione di Ricerca e Cura Giovanni Paolo II, e divulgado em novembro. A pesquisa concluiu que beber uma caneca, ou 500 ml, de cerveja ao dia ajuda a proteger o coração. A bebida possui, além de baixo teor alcoólico, nutrientes que fazem bem ao sistema cardiovascular, como ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio. 

Celular e o câncer

    

                     Pela primeira vez, um órgão mundial de saúde associou o uso de celulares com o risco de desenvolver câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou, em 31 de maio, que o uso do aparelho pode causar um tipo de tumor maligno no cérebro chamado glioma. Um grupo de cientistas de 14 países avaliou a capacidade das ondas eletromagnéticas emitidas pelos celulares de causar câncer e analisaram centenas de estudos sobre o assunto. Segundo eles, há evidências suficientes para se estabelecer essa associação. Dois meses depois do parecer da OMS, porém, um estudo publicado em julho no periódico American Journal of Epidemiology descartou a possibilidade de o celular provocar tumores cerebrais. Como os estudos, apesar de realizados por instituições criteriosas, apresentaram resultados discordantes, o mais indicado nesse caso, segundo médicos, é adotar medidas de prevenção, como não dormir com o aparelho perto da cabeça. 

Vacina contra                             


                      Em outubro, um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine concluiu que uma vacina contra o papilomavírus humano (HPV) também previne a maior parte das lesões pré-cancerosas anais em homens homossexuais. Originalmente a vacina foi desenvolvida para combater o HPV, responsável por um tipo de infecção sexualmente transmissível que pode causar câncer de útero nas mulheres. Segundo a pesquisa, os homens vacinados contra o HPV tiveram 75% menos lesões anais que evoluíram para o câncer do que outros que receberam um placebo. Uma pesquisa divulgada em 22 de agosto já havia indicado que uma vacina contra o HPV também mostrava-se eficiente contra o câncer anal, mas em relação às mulheres.

Avanços na busca por uma vacina contra o HIV


                    Em setembro deste ano, o Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha (CSCI) anunciou resultados promissores da primeira fase clínica de testes de uma vacina contra a aids em artigo publicado nos periódicos Vaccine e Journal of Virology. O estudo se voltou para uma vacina tanto preventiva quanto terapêutica. Os testes, feitos em pacientes saudáveis, demonstraram que 90% dos voluntários, após receberem a vacina, tiveram uma resposta imunológica eficaz contra o vírus HIV. Embora ainda esteja engatinhando, essa é a pesquisa mais avançada nos testes e também uma das mais promissoras, de acordo com os especialistas.

Chocolate faz bem ao coração


                    No dia 29 de agosto, o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, realizado em Paris, divulgouuma notícia animadora para os amantes de chocolate. O consumo do alimento está associado à redução de 37% nas chances de males do coração e de 29% dos riscos de acidente vascular cerebral (AVC). Os pesquisadores avisam, porém, que o consumo deve ser moderado e cauteloso, já que o chocolate pode levar à obesidade. Nada é perfeito.

Novos remédios contra hepatite C são mais eficazes


               Após anos de pesquisa, ficaram prontas duas novas medicações para o tratamento da hepatite C. O boceprevir e o telaprevir são inibidores de protease, capazes de impedir a replicação do vírus e conter o avanço da doença. Os estudos finais dos remédios, apresentados no Congresso Brasileiro de Hepatologia, em setembro, indicaram que a taxa de cura é de 70% e 75%, respectivamente, enquanto os números do tratamento convencional são de 40% e 45%. Até agora, pessoas que sofrem de hepatite C são tratadas com o quimioterápico interferon associado ao antiviral ribavirina. Com a aprovação das novas drogas, esse tratamento deverá ser feito com terapia tripla: os dois medicamentos existentes e mais um dos novos. O boceprevir foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em julho deste ano, mas ainda aguarda o processo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Já o telaprevir deverá ser aprovado pela Anvisa neste mês.

Fonte: Revista VEJA Online

Estas foram as sete pesquisas escolhidas pela revista VEJA. Na minha opinião eu também colocaria esta pesquisa (abaixo) na lista: 

Óleo de peixe pode ser a chave para cura da leucemia 

Substância produzida a partir do ácido graxo presente em peixes consegue destruir células-tronco da doença

                          Os linfócitos T são células de defesa que protegem o nosso organismo de invasores como bactérias e vírus. Quando ocorre uma leucemia, estas células se multiplicam desordenadamente e se tornam cancerosas
Os linfócitos T são células de defesa que protegem o nosso organismo de invasores como bactérias e vírus. Quando ocorre uma leucemia, estas células se multiplicam desordenadamente e se tornam cancerosas (Latinstock)
          Um composto produzido a partir do óleo de peixe pode levar à cura da leucemia. De acordo com um estudo publicado no periódico Blood, a substância chamada D12-PGJ3 é eficiente em atacar e destruir as células-tronco da leucemia mielóide crônica (LMC) em camundongos testados em laboratório.

Saiba mais

Célula-tronco

Célula capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras células, como as do cérebro ou músculo.
A leucemia é um câncer que atinge as células brancas (sistema imunológico) do sangue. O subtipo da doença pesquisado, a leucemia mielóide crônica, é considerada maligna e não é curável com o uso de drogas. O único tratamento capaz de levar à cura da doença é o transplante de medula óssea.
De acordo com Sandeep Prabhu, um dos autores do estudo, pesquisas anteriores já haviam demonstrado que os ácidos graxos são benéficos para a saúde do sistema cardiovascular e para o desenvolvimento do cérebro, particularmente em crianças. “Demonstramos agora que alguns compostos desse ácido têm a habilidade de destruir seletivamente as células-tronco da leucemia em camundongos”, diz Prabhu. Segundo ele, os animais ficaram completamente curados e sem recaída da doença.
Alvo certeiro – Os compostos do ácido graxo em questão matam as células-tronco cancerígenas tanto no baço quanto na medula óssea. Ele atua ativado o gene p53, responsável por programar a morte da própria célula. “O gene p53 é um supressor de tumor que regula as respostas aos danos no DNA e mantem a estabilidade genômica”, diz Prabhu.
A terapia atual para o LMC prolonga a vida do paciente ao manter o número de células do câncer baixa, mas as drogas falham em completar a cura porque elas não têm como alvo as células-tronco da leucemia. Segundo Roberto Paulson, coautor do estudo, o paciente acaba ficando refém da medicação para o resto da vida. “Se ele interrompe, a doença tem uma recaída, porque as células-tronco da leucemia são resistentes a essa droga.”
Pesquisa - Durante os experimentos, os pesquisadores injetaram em cada camundongo cerca de 600 nanogramas de D12-PGJ3 todos os dias, durante uma semana. Os testes mostraram que os camundongos foram completamente curados da doença. A contagem sanguínea estava normal, e o baço voltou ao tamanho normal. Nenhum dos animais teve recaída da doença.
Os pesquisadores estudaram o D12-PGJ3 porque ele mata as células-tronco da leucemia, mas tem poucos efeitos colaterais. Eles estão tentando determinar agora se o composto pode ser usado em estágios terminais da leucemia. Atualmente, não existem drogas disponíveis para tratar a doença quando ela progride para esse estágio.


Fonte: VEJA





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