O
transplante de fígado é indicado para o paciente portador de doença hepática,
aguda ou crônica, em fase terminal. As enfermidades que demonstram evolução
conhecida, definida, e que têm pequena probabilidade de recidivar no fígado
transplantado, possuem indicação tranquila e são aceitas de uma forma geral. As
patologias mais importantes com esse tipo de indicativa são a colangite
esclerosante primária, a hepatite crônica autoimune, a cirrose biliar primária
e a insuficiência hepática aguda grave ou hepatite fulminante (MIES, 1998). Também
são aceitas como indicações para o transplante: encefalopatia severa ou
recorrente, ascite refratária, fadiga e fraqueza crônica, desnutrição
progressiva, desenvolvimento da síndrome hepatorrenal, dentre outras.
Com a
finalidade de qualificar e quantificar os pacientes de forma a
caracterizá-los, e identificar o paciente certo para ser alocado para o
transplante, quanto ao nível de comprometimento e ordenação na lista de espera
para realizar o transplante, a OMS disponibiliza um instrumento
padronizado e intitulado por critérios MELD (Model for End-stage Liver
Disease) que entrou em
vigor pela portaria MELD (2007), publicada no Diário
Oficial (DO) de 31/05/2006, e dispõe sobre o regulamento técnico para
distribuição de órgãos de doadores cadáveres para transplante de fígado de
acordo com a gravidade do receptor.
Consoante
esses critérios, pacientes e familiares são orientados sobre todos os
procedimentos a que os pacientes serão submetidos, além de seus deveres para
serem incluídos na lista e das normas que deverão ser cumpridas para sua
manutenção e adequação ao programa de tratamento.
Serão avaliados pelo Protocolo MELD adultos e
adolescentes com idade igual ou maior de 12 anos. A ficha de inscrição desses
pacientes, entre outros dados, deve conter indicadores que identifiquem os
pacientes de uma maneira geral, como também a equipe transplantadora, o
diagnóstico, segundo a Classificação da OMS, Classificação Internacional de
Doenças (CID) 10 ou posterior, realização ou não de diálise e quantas vezes por
semana, além de valores dos exames laboratoriais. O MELD é um
valor numérico, variando de 6 (menor gravidade) a 40 (maior gravidade), sendo
que o paciente que registrar valor 20 ou superior já pode ser considerado
doente grave e um nível mais alto na fila de espera.
O valor MELD é
calculado por uma fórmula a partir do resultado de três exames laboratoriais de
rotina, ou seja:
- Bilirrubina, que mede a eficiência do fígado
excretar bile;
- Creatinina, uma medida da função renal e
- RNI - Relação Normalizada Internacional - uma
medida da atividade da protombina, que mede a função do fígado com
respeito a produção de fatores de coagulação.
O que é PELD?
PELD -
Pediatric End-stage Liver Disease - é um valor numérico similar ao MELD mas
aplicado para crianças com menos de 12 anos, mas leva em conta o resultado
laboratoriais de exames diferentes, ou seja:
- Bilirrubina, que mede a eficiência do
fígado excretar bile;
- Albumina, uma medida da habilidade do
fígado em manter a nutrição e
- RNI - Relação Normalizada
Internacional - uma medida da atividade da protombina, que mede a função
do fígado com respeito a produção de fatores de coagulação.
Os exames de laboratório
para cálculo do MELD/PELD terão validade definida e devem ser renovados, no
mínimo, na freqüência abaixo:
- MELD até 10 - validade de doze meses,
exame colhido nos últimos 30 dias;
- MELD de 11 a 18 - validade de três
meses, exame colhido nos últimos 14 dias;
- MELD de 19 a 24 - validade de um mês,
exame colhido nos últimos sete dias;
- MELD maior que 25 - validade de sete
dias, exame colhido nas últimas 48 horas;
- PELD até 3 - validade de doze meses,
exame colhido nos últimos 30 dias;
- PELD superior a 3 até 6 validade de
três meses, exame colhido nos últimos 14 dias;
- PELD superior a 6 até 8 - validade de
um mês, exame colhido nos últimos 7 dias; e
- PELD superior a 8 - validade de sete
dias, exame colhido nas últimas 48 horas.
Referencias:
SARAIVA, Cássio Diêgo A.; MARQUES, Ana Karina M.C., Avaliação das funções
musculares e respiratórias em pacientes eletivos ao transplante hepático. Monografia. Curso de Fisioterapia. Fortaleza - CE, FANOR/DeVry Brasil, 2012. 62p.
MELD/PELD Disponível em: <http://www.adote.org.br/oque_meldpeld.htm> Acesso em 21 Ago 2012.
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