quinta-feira, 26 de julho de 2012

Você conhece a Narcolepsia e a cataplexia?


O que é

Narcolepsia é uma condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono e em geral distúrbio do sono. É um tipo de dissonia.
O sintoma mais expressivo é a "preguiça" e sonolência diurna excessiva, que deixa o paciente em perigo durante a realização de tarefas comuns, como conduzir, operar certos tipos de máquinas e outras ações que exigem concentração. Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa. Os ataques de sono podem ocorrer a qualquer momento e em situações inusitadas: em pé dentro de um ônibus, durante a consulta médica, dirigindo o automóvel, ou operando máquinas, por exemplo.
Na maioria dos casos, o problema é seguido de incompreensão familiar, de amigos e patrões. A sonolência, geralmente, é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico. É comum portadores da narcolepsia passarem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados por todo esse tempo de preguiçosos e dorminhocos. No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de estimulantes e que se pode prolongar por toda a vida.
As manifestações da narcolepsia, principiando pela sonolência diurna excessiva, começam geralmente na adolescência, quando piora, leva à procura médica à medida que os sintomas se agravam. A narcolepsia é um dos distúrbios do sono que pode trazer consequências individuais, sociais e econômicas graves.
O sono normal começa com o desligamento do controle muscular. Nessa fase, é um sono de ondas lentas. Cerca de hora e meia depois, a pessoa entra na fase do sono REM, na qual a atividade do cérebro é intensa e os olhos se movimentam. Os portadores de narcolepsia saltam a etapa do sono de ondas lentas e entram direto, subitamente, na de sono REM.



Causas

            Fatores genéticos estão envolvidos na narcolepsia, que é causada por alteração no equilíbrio existente entre algumas substâncias químicas (neurotransmissores) do cérebro, responsáveis pelo aparecimento do sono REM em horas inadequadas.
            Em geral, o distúrbio está associado a um alelo ligado ao complexo maior de histocompatibilidade, ou seja, a uma proteína relacionada com a sonolência excessiva durante o dia. A causa da narcolepsia é o déficit do neurotransmissor denominado orexina no hipotálamo. O déficit deste neurotransmissor estimulante leva à sonolência excessiva. 
A cataplexia, isto é, a perda súbita e reversível da força muscular durante a vigília, é o único sintoma exclusivo da narcolepsia. Os outros são: sonolência diurna excessiva, anormalidades do sono REM, paralisia muscular e alucinações hipnagógicas.

        Cataplexia
Consiste numa súbita falta de força sem perda dos sentidos, nem da memória, e é muitas vezes provocada por estímulos emocionais agradáveis e geralmente está associada a Narcolepsia.
      A duração é breve e a falta de força pode ser total  (a pessoa cai ao chão) ou parcial (cai apenas o queixo ou a cabeça; os joelhos dobram-se; as mãos podem deixar cair objetos).
  • Exemplos de circunstâncias desencadeantes:
 Emoção, stress, fadiga, refeições pesadas, surpresa, riso, medo, ouvir música e ver um filme.
A cataplexia pode ter consequências sérias e provocar acidentes durante as atividades diárias.


Como se diagnóstica 

  • O diagnóstico implica:


 - Um quadro clínico compatível
 - Exames auxiliares positivos
 - Teste de latência múltipla do sono
 - Mostrar sonolência excessiva (lat < 8 min; 8-10 ?)e adormecimentos iniciados por sono REM (latência < 15 min)
 - Polissonografia noturna
 - Há insónia e diminuição da latência do REM
 - Tipagem HLA
 - Há uma associação forte com os haplotipos HLA-DR2- DQb106
 - Polissonografia ambulatória 24 a 36h           
        A polissonografia e o teste de latências múltiplas são dois exames de laboratório importantes que ajudam a estabelecer o diagnóstico da narcolepsia, que é diferencial, porque considera as características de outros distúrbios do sono, como a apneia e a insônia, por exemplo.
Prevalência e sintomas

A narcolepsia é uma doença pouco frequente (atinge 0.03-0.16% da população geral)
História familiar : 8% das narcolepsias são familiares e cerca de 10-40% dos familiares em 1º grau podem estar atingidos

  • Caracteriza-se por:

- Sonolência excessiva 
- Cataplexia
- Alucinações hipnagógicas
- Paralisia do sono
- Outros sintomas e problemas

Prognóstico

- Doença incapacitante
- Perda de emprego
- Reforma precoce
- Rejeição social e familiar

Tratamento

A pessoa com narcolepsia pode apresentar vários episódios de sono irresistível durante o dia. Se tiver a oportunidade de tirar um cochilo quando isso acontecer, provavelmente acordará mais disposta, porque esses cochilos costumam ser reparadores.

Os tratamentos da sonolência excessiva e da cataplexia são diferentes, mas os remédios indicados para um caso podem melhorar também o outro.
Uma substância nova chamada motofanil, além da vantagem de não provocar efeitos colaterais importantes sobre o sistema cardiovascular, tem-se mostrado eficaz para deixar a pessoa mais alerta. Já os antidepressivos agem melhor sobre a cataplexia. Às vezes, a solução terapêutica é combinar doses menores das duas classes de medicamentos (estimulantes e antidepressivos).
       O maior obstáculo ao tratamento é o atraso no diagnóstico. Em 500 doentes nos EUA o atraso no diagnóstico foi de 15 anos, o que normalmente acarreta depressão. A narcolepsia causa grandes implicações para a família e os empregadores.





Referências:


VARELLA, Drauzio. Narcolepsia, Disponível em:  http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/narcolepsia/ . Acesso em 26 Julho 2012.

Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia. Narcolepsia disponível em:    http://centrodosono.com/home/index.php?option=com_content&view=article&id=77:questionarios-ep&catid=11:sono&Itemid=19 . Acesso em 24 Julho 2012.















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