domingo, 29 de abril de 2012

Você conhece a doença de Osgood-Schlatter?



Osgood-Schlatter (OS) constitui uma doença osteo-muscular, extra  articular, comum em adolescentes (esqueleto em desenvolvimento). Surge na adolescência na fase denominada estirão do crescimento. Apresenta como característica clínica dor na região da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) especialmente aos esforços que necessitem de uma forte contração do músculo quadriceps e proeminência óssea visível na região proximal anterior da perna. O exame da articulação do joelho é normal devido a tratar-se de uma patologia extra articular.
Tendo predomínio, no sexo masculino da faixa etária dos 10 aos 15 anos, praticantes de esportes especialmente os que incluem: chutes, saltos e corridas. Os sintomas são bilaterais em 25% dos casos.
ETIOLOGIA
A etiologia é controvertida, pois antigamente acreditava-se que esta patologia fosse devido à necrose avascular, porém atualmente aceitam-se a teoria de overuse do quadríceps e micro traumas na tuberosidade tibial. Existe uma tendência cada vez maior de crianças e adolescentes participarem de competições, fazendo com que a demanda sobre o tecido músculo esquelética em amadurecimento sofra. 
FISIOPATOLOGIA

Esta patologia ocorre quando existe um stress na epífise de crescimento próximo a área da tuberosidade tibial. 

O crescimento do osso dá-se pelas epífises, que são constituídas por cartilagens. O crescimento ósseo ocorre mais rapidamente do que o crescimento muscular, resultando assim uma tensão do tendão do músculo através da inserção e da perda da flexibilidade.


Durante o período de crescimento rápido, o stress da contração do quadríceps é transmitido através do tendão patelar em uma parcela pequena a tuberosidade tibial. Isso pode resultar em uma fratura parcial ou avulsão do centro de ossificação.

TIPOS

Síndrome de Sinding-Larsen-Johannson é uma variante de OS, na qual acomete a parte inferior da patelar onde é inserido o tendão patelar. Acomete principalmente o sexo feminino entre 12 e 15 anos, que praticam atividades físicas extenuantes. 



CONSEQÜÊNCIA


Alteração da superfície articular levando a uma pré-disposição para uma osteoartrite. Podendo levar a uma incapacidade funcional. Na grande maioria dos casos é uma patologia auto limitada tendo sua regressão total dos sintomas com o final do crescimento músculo esquelético.



COMPLICAÇÕES


Fratura de osso subcondral na epífise, subluxação da articulação, deformidade da epífise resultando em incongruência articular e doença degenerativa tardia, superiorização da patela, avulsão total do tendão patelar, não consolidação dos fragmentos, condromalácia, geno-recurvatum.



QUADRO CLINICO

Paciente relata algia insidiosa no joelho localizada no tubérculo tibial (mais ou menos dois ou três polegares abaixo da patela). Piorando com a realização da atividade e aliviando com o repouso. Tendo uma maior incidência unilateral, pode apresenta tumefação na aérea do tubérculo tibial.


Inspeção


Fazendo a inspeção palpatória deve-se verificar o joelho flexionado em perfil. Ao palpar o tubérculo o paciente relatara dor. Para observar a sintomatologia pede-se o paciente deve realizar uma flexão e em seguida uma extensão com exercício ativo resistido.

Pode ser observado um edema macio visível ao redor da tuberosidade tibial. 



Sinais Radiológicos


Quando os sinais radiológicos do joelho em perfil apresentar laudo de normalidade ou apenas uma tumefação das partes moles, sendo indicativo de fase inicial da patologia. E quando observarmos uma irregularidade da fragmentação da apófise indica que a mesma esta na fase moderada. E quando a doença esta na fase avançada verificamos que há um ossículo intra-tendinoso.



DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Deve-se diferenciar de infecções, tumores, fraturas, cistos, síndrome femulo-patelar, bursite de pata de ganso, condromalácia patelar, osteomielite proximal da tíbia, e tendinite patelar.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Vale ressaltar que no tratamento é importante reconhecer que esta alteração tem curso alto limitado e regride com a fusão da tuberosidade da tíbia, que ocorre entre 15 e 18 anos no sexo masculino e entre 12 e 15 anos no sexo feminino.

Na fase aguda, crioterapia (gelo) e restrição do movimento.

Se o paciente suportar a dor deve-se realizar alongamento do quadríceps, mobilização articular. Com a evolução do tratamento e melhora do quadro de dor o enfoque é passado para o fortalecimento de toda musculatura envolvida para evitar recidivas.


O uso de cintas ou tensores pode reduzir a sintomatologia em pacientes praticantes de atividades físicas.
O tratamento cirúrgico (extremamente raro) somente é indicado quando o paciente continua apresentando quadro álgico após todos os tratamentos convencionais.

PROGNÓSTICO
O prognostico é excelente, sendo que os sintomas irão desaparecer em um ano, e o desconforto pode persistir por dois a três anos até o fechamento da placa epifisária tibial. Essa fase geralmente é o maior limitante para o quadro clínico dessa patologia terminar.






2 comentários:

  1. Cassio, Excelente o teu artigo.
    O meu caso começou a pouco tempo. Eu tenho 28 anos e fui levantar um sofa só com agachamento e senti um estalo de algo rompendo no meu joelho. Fiquei com essa elevação abaixo da patela. Doi um pouco quando aperta. Mas se tiver que correr pula, sem problemas. Não consigo me ajoelhar pq daí doi quand encosta no chão... Depois de velho comecei a ter essas coisas hehehe

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  2. Muito obrigada eu tenho 17 e To com esse problema mais vou começar a me tratar muito obrigada

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