quinta-feira, 6 de março de 2014

Bebê pode ter sido curada do HIV após tratamento nas primeiras horas

Uma meninanascida com ovírus da aids mantém-se sem sinais da infeção 11 meses depois de ter sido submetida a tratamento com antirretrovirais. É o segundo caso conhecido no mundo, segundo as agências de notícias internacionais.

Nascida no subúrbio de Los Angeles, nos Estados Unidos, em abril do ano passado, a menina recebeu tratamento com antirretrovirais quatro horas depois de ter nascido. Quase um ano depois, não tem sinais da infecção e os médicos estão otimistas, apesar de não afastarem a possibilidade de o HIV voltar ou estar oculto nos tecidos, dizem as agências.

Trata-se do segundo caso idêntico no mundo, depois de, no ano passado, ter sido anunciado que um bebê norte-americano recebeu tratamento nas primeiras horas de vida. Agora com 3 anos, a menina parece estar livre do vírus.

O caso mais recente, apresentado hoje (6) durante uma conferência científica em Boston, é recebido pelos médicos com otimismo, sobretudo pela rapidez do desaparecimento do vírus.

“O que é mais notável em relação a este bebê é a rapidez com que o vírus desapareceu, os testes de DNA estavam negativos quando tinha seis dias e continuaram negativos despois”, disse Yvonne Bryson, professora de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 2 de março de 2014

Percepção dos familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva em relação à atuação da Fisioterapia e à identificação de suas necessidades

Na unidade passada da minha especialização em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública ESP/CE, a professora trouxe um artigo que me chamou atenção, e trago aqui para que vocês também tenha acesso e analisem.
    O artigo teve como finalidade avaliar a percepção dos familiares dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, sobre a Fisioterapia na unidade, no que diz respeito a sua importância no setor, e suas necessidades. O que me chamou atenção foi que em relação ao serviço prestado pela equipe de Fisioterapia, somente 35% dos familiares conhe­ciam o serviço prestado na UTI, e o julgavam como “Bom”. Do total, 20% atribuíram nota dez ao atendi­mento fisioterapêutico. O que nos faz refletir na importância da divulgação de nossa função e relevância na UTI, além de estudos científicos, que reforcem, e comprovem ainda mais nossa eficácia e devida importância, junto a equipe multidisciplinar na assistência a pacientes graves e potencialmente graves.
        Segue abaixo partes do artigo, e link para o artigo na integra.
               
           
 RESUMO

Trata-se de um estudo descritivo e de abordagem qualitativa, que teve como objetivo verificar o conhecimento dos familiares de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas com relação à atuação da Fisioterapia intensiva neste serviço, bem como identificar suas necessidades. Foram entrevistados 60 familiares, sendo estes questionados a res­peito do serviço de Fisioterapia e submetidos ao Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares em Terapia Intensiva. Foi observado que a maioria deles desconhecia a atuação da Fisioterapia em tal Unidade, porém os que conheciam atribuí­ram nota máxima ao serviço. Em relação às necessidades dos familiares, notou-se que 56,7% julgaram necessário saber fatos concretos a respeito do progresso de seu familiar; 60% gosta­riam de ter a certeza que seu familiar está recebendo o melhor tratamento e 71,7% gostariam de ter dias e horários de visitas mais flexíveis. Constatou-se a falta de informações dos entre­vistados em relação à atuação da Fisioterapia na Unidade de Terapia Intensiva. Foram identificadas as necessidades dos fa­miliares, sendo possível, com isto, executar ações de melhoria. Por meio do presente estudo, a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas identificou as principais necessidades dos familiares, adequou o espaço físico, implementou salas de acolhimento familiar e o curso de especialização em Fisioterapia Respiratória em Unidade de Terapia Intensiva Adulto, e criou informativos visu­ais quanto à sua atuação para melhores acolhimento e com­preensão dos familiares.

RESULTADO
Características demográficas dos familiares
Dos 60 familiares que participaram do estudo, 71,7% eram do sexo feminino e 28,3% do masculino, sendo 23,3% esposas, 21,7% filhas, 15% filhos, e os ou­tros 40% irmãos, mãe, marido, netos e tios. Do total, 45% dos familiares eram de religião católica, 21,7% evangélica, e os 33,3% restantes de religiões espírita, umbanda, ecumênico, caldó ou de nenhuma. Em aná­lise do grau de escolaridade, 38,3% dos entrevistados tinham concluído o ensino médio; 25%, o superior; e 21,6%, o fundamental; 13,3% deles tinham ensino fundamental incompleto ou sem escolaridade e 1,76% não responderam. A média de idade dos participantes foi de 44,3±14,63 anos.
A maioria dos familiares entrevistados (81%) não possuía convênio médico. Destes, 44 (73,33%) manti­veram-se internados com mediana de 8 (5; 16,75) dias dependentes do serviço da UTI, e 16 (26,66%) não souberam relatar. Quanto ao atendimento e funciona­mento em geral das unidades relacionadas à pesquisa, observou-se que 79% dos entrevistados atribuíram a este nota dez.
Fisioterapia
Em relação ao serviço prestado pela equipe de Fisioterapia, somente 35% dos familiares conhe­ciam o serviço prestado na UTI, e o julgavam como “Bom”. Do total, 20% atribuíram nota dez ao atendi­mento fisioterapêutico.
Inventário de necessidades e estressores de familiares em terapia intensiva
A Tabela 1 mostra a necessidade de conhecimento ou informação dos familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil, com n=60.

Segundo os dados da Tabela 2, estar em um lugar agradável, que ofereça conforto enquanto aguarda para receber notícias de seu familiar, é um fator importante para a maioria dos participantes.

Os participantes se preocupam com seus parentes internados e vivenciam o medo e a insegurança, muitas vezes resultados da incerteza em relação à conduta e ao tratamento, como pode ser observado na Tabela 3.

A Tabela 4 demonstra que 71,7% dos familiares necessitar dias e horários de visitas mais flexíveis e maior acesso aos profissionais e pacientes, apesar de julgarem que este tempo estabelecido pela instituição supre suas necessidades.

Tabela 1. Necessidade de conhecimento/ ou informação dose familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, UTI, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de CampinasC/UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil (n=60)
Necessidade de conhecimento/informação
n
%
Saber fatos concretos sobre o progresso do meu familiar
34
56,7
Ser informado em casa sobre mudanças da condição do meu familiar
33
55,0
Conhecer os profissionais que estão cuidando do meu familiar
33
55,0
Receber informação sobre o estado de saúde do meu familiar pelo menos uma vez por dia
30
50,0
Saber o porquê determinado procedimento foi realizado
27
45,0
Saber exatamente o que está sendo feito pelo meu familiar
26
43,3
n: número de relatos entre os 60 familiares




Tabela 2. Necessidade do conforto de familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil (n=60)
Necessidade de conforto
n
%
Ter um toalete próximo à sala de espera
25
41,7
Ter um telefone próximo à sala de espera
25
41,7
Ter a sala de espera próxima do meu familiar
22
36,7
Ter mobília confortável na sala de espera
20
33,3
Ter disponível no hospital uma boa comida
18
30,0
Ter um lugar no hospital onde possa ficar sozinho(a)
9
15,0
n: número de relatos entre os 60 familiares




Tabela 3. Necessidade de segurança emocional dos familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil (n=60)
Necessidade de segurança emocional
n
%
Ter certeza que o meu familiar está recebendo o melhor tratamento
36
60,0
Sentir que há esperança
29
48,4
Sentir-se acolhido pela equipe multidisciplinar
29
48,3
Receber a visita de um representante religioso (padre, pastor ou rabino)
29
48,3
Conversar sobre a possibilidade de falecimento do meu familiar
24
40,0
Ter alguma outra pessoa comigo quando estiver visitando meu familiar na Unidade de Terapia Intensiva
22
36,7
n: número de relatos entre os 60 familiares




Tabela 4. Necessidade de maior acesso ao paciente e aos profissionais da unidade de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, Hospital de Clínicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil (n=60)
Necessidade de maior acesso ao paciente e aos profissionais da unidade
n
%
Ter o dia e o horário de visitas flexíveis, podendo ser modificados em situações especiais
43
71,7
Ter uma pessoa específica no hospital para entrar em contato e ter notícias do meu familiar quando não puder estar presente na visita
39
65,0
Conversar com o médico diariamente
34
56,7
Visitar meu familiar frequentemente
30
50,0
Conhecer os cuidados da equipe com relação ao meu familiar
30
50,0
Conversar com a enfermeira responsável diariamente
25
41,7
n: número de relatos entre os 60 familiares
CONCLUSÃO
As principais necessidades dos familiares foram co­nhecer fatos concretos sobre o progresso do familiar, ter a certeza de que o familiar está recebendo o melhor tra­tamento, toalete próximo à sala de espera e dia e horário de visitas flexíveis. Houve implementação de salas de acolhimento familiar, com auxílio de grupos de apoio aos familiares e de humanização, além da implementa­ção de informativos visuais.



REFERENCIA

ALMEIDA NETO, Abel Brasileiro de et al. Percepção dos familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva em relação à atuação da Fisioterapia e à identificação de suas necessidades. Fisioter. Pesqui. [online]. 2012, vol.19, n.4, pp. 332-338. ISSN 1809-2950.