quarta-feira, 23 de maio de 2012

EMBOLIA PULMONAR É FATAL EM 22% DAS INTERNAÇÕES


  A cada dez pessoas que dão entrada num hospital público por causa de embolia pulmonar (EP), pelo menos duas delas irão morrer. De acordo com o Datasus, do Ministério da Saúde, entre setembro de 2009 e agosto de 2010 (período de um ano), das 4.963 pessoas hospitalizadas no SUS, 1.087 morreram (21,9%). Apesar da alta taxa de mortalidade da doença, uma pesquisa divulgada mostrou que a embolia pulmonar é desconhecida por 78% dos brasileiros.

  O levantamento foi realizado pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Dentre os 1.008 entrevistados, 39% já tinham ouvido falar da doença, mas não sabiam do que se tratava, enquanto outros 39% sequer conheciam a enfermidade.

  O poder de morte da embolia pulmonar (21,9%) é maior do que o de outras doenças mais conhecidas, como o infarto agudo do miocárdio (com 12,8% de taxa de mortalidade), a tuberculose pulmonar (6,9%) e o mal de Alzheimer (18,8%).

  A embolia pulmonar é uma complicação de outra doença: a trombose. O tromboembolismo venoso (TEV) ocorre quando um coágulo (trombo) bloqueia a circulação sanguínea. Quando esses trombos se fixam dentro de vasos profundos da perna, coxa ou pelve – os membros inferiores concentram 90% dos casos – a doença é chamada de trombose venosa profunda (TVP). Os sintomas mais comuns são inchaço da perna, endurecimento da panturrilha (empastamento) e aparecimento de veias e varizes.

  O tratamento da TVP ocorre por meio de anticoagulantes que impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. No entanto, se essa doença não for identificada e tratada, o trombo pode cair na corrente sanguínea e atingir o pulmão, bloqueando as artérias pulmonares – configurando a embolia pulmonar. Dependendo da obstrução provocada pelo êmbolo, os sintomas vão desde dificuldades na respiração até a morte (veja mais no infográfico abaixo).


Riscos maiores nos hospitais

  Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, é importante impedir a progressão da trombose e reduzir as dores e edemas para evitar sequelas e complicações, como a embolia pulmonar. O médico lista uma série de fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver os trombos: AVC, câncer, infarto, tabagismo, idade superior a 40 anos, reposição hormonal, quimioterapia, gravidez, pós-parto, obesidade, presença de varizes, dentre outros.

  Mas a situação que aumenta de forma significativa as chances de tromboembolismo venoso são as cirurgias, em especial aquelas que reduzem a mobilidade do paciente. De acordo com a pneumologista Ana Thereza Rocha, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o TEV ocorre mais frequentemente nos hospitais.

  - Uma vez no hospital, o paciente precisa alertar seu médico [sobre os fatores de risco]. E o hospital precisa identificar o risco de TEV em todos os pacientes internados.

  O acompanhamento dos hospitais, no entanto, está abaixo do esperado. Ana Thereza cita um estudo chamado Endorse, que foi feito em 2008 em 32 países. No Brasil, 1.295 pacientes de 12 hospitais foram avaliados. Os resultados mostraram que, apesar de 56% deles serem candidatos a desenvolver TEV, somente 51% recebiam o tratamento adequado.
  - O TEV é assintomático em 80% dos casos. As dificuldades diagnósticas são múltiplas, por isso é importante a prevenção.

  Segundo o coordenador de pneumologia da Rede D'Or Hospitais, João Pantoja, os riscos não são exclusivos do período de internação no hospital. Ele afirma que, mesmo quando os pacientes que passam por cirurgia deixam o hospital, é preciso manter o acompanhamento e o tratamento adequado com anticoagulantes para impedir a formação dos trombos.



Desconhecimento da população

  Diante desse cenário de desconhecimento, a SBACV e a SBPT resolveram fazer o levantamento para identificar o grau de conhecimento dos brasileiros a respeito da trombose, tanto da trombose venosa profunda como de sua mais grave consequência, a embolia pulmonar.

  O estudo revelou que a população não tem informações suficientes sobre a trombose e desconhecem os riscos de desenvolver a doença. Apesar de 56% da população afirmar que já ouviu falar da trombose, 57% desconhece seus sintomas e consequências. A embolia pulmonar é ainda mais desconhecida, com 78% dos brasileiros sem nenhum tipo de informação.

  De acordo com Pitta, os resultados mostram que é preciso aumentar a conscientização da população sobre a doença.

  - [Isso vai permitir] cobrarmos mais ações preventivas por parte dos hospitais, investir em programas de ação continuada, para identificar pacientes sob o risco de TEV no ambiente hospitalar e implementar a prevenção adequada. Estas medidas podem ajudar a evitar vários óbitos.

  É consenso dos especialistas que, com a população mais informada, ela poderá interferir nos fatores de risco e alertar os profissionais de saúde sobre suas condições. Ainda assim, o diretor clínico do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco, afirma que a responsabilidade por manter a segurança dos pacientes é das instituições de saúde.

  - Os hospitais precisam gerenciar isso e identificar os pacientes de risco.


Fonte: R7

2 comentários:

  1. olá tenho 32 anos,e tive EP voltando de viagem de repente senti uma dor muito forte debaixo do peito esquerdo e desmaiei.fui levada ao hospital mais próximo,onde foi diagnosticado dor muscular,e liberada.Ao chegar em casa senti dor a noite toda,quando levantei meu esposo me levou imediatamente para um hospital.lá passei por um cardiologista pelo fato de sentir dor no peito, foi quando ele pediu um exame de D-dimero onde foi diagnosticado Embolia Pulmonar.fui diretamente para UTI ,fiquei lá por 4 dias,e mais 6 dias na recuperção.tomando clexane na barriga,hoje estou em casa e tomando varfarina(marevan)e fazendo exame de sangue toda segunda feira para controlar o irn.me senti bem apesar de me sentir cansada se conversar muito.tive muita sorte de sair dessa..gostei muito dosei blog beijos

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  2. Obrigado pelo comentário querida Kátia Ramos, infelizmente devido ao péssimo atendimento e diagnósticos errados como no caso de sua primeira ida ao médico que muitos pacientes vão ao óbito, o diagnostico errado ainda é um dos nossos maiores inimigos e que faz com que muitas pessoas faleçam devido apenas um erro médico que poderia ser evitado. abraços e esperamos que continue interagindo conosco e lendo nosso blog, é um prazer receber sua visita!

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