domingo, 9 de setembro de 2012

A FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a osteoporose é uma doença ósseo-sistêmica, caracterizada por uma diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo com o conseqüente aumento da fragilidade do osso e suscetibilidade de fraturas em presença de traumas de baixa energia ou menor impacto.

 “A osteoporose afeta milhões de brasileiros e leva a aproximadamente 1,5 milhão de fraturas por ano no Brasil e isso está provocando um caos do ponto de vista social, com muitos gastos de tratamento, e em alguns casos até de incapacidade, com diminuição de mão-de-obra também, e a tendência é que essa incidência aumente cada vez mais, devido ao próprio aumento da longevidade”. Presidente Executivo do Congresso Mundial de Osteoporose e Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Osteoporose, Dr. Rubem Lederman.


 A prevalência de osteoporose e a incidência de fraturas variam de acordo com o sexo e a raça. As mulheres brancas na pós-menopausa apresentam maior incidência de fraturas. A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida. As medidas preventivas compreendem a ingestão de quantidade adequada de cálcio, exercícios físicos, a correção de hipoestrogenismo e o controle dos fatores que favorecem as fraturas.

A fisioterapia tem uma importância fundamental no tratamento da osteoporose, nos quais se destacam os benefícios cardíaco, respiratório, muscular e ósseo, contribuindo para a melhora da qualidade de vida desses pacientes. O objetivo dos programas de atividade física em indivíduos acometidos de osteoporose não é tanto favorecer a aquisição de massa óssea, mas promover uma melhora no equilíbrio, força muscular, coordenação, condicionamento físico, na amplitude de movimento, diminuição de dor; visando sempre a prevenção de quedas e consequentemente risco de fraturas.

TIPOS DE OSTEOPOROSE

Tipo I ou pós-menopausa: É de alta reabsorção óssea, decorrente de uma atividade osteoclástica acelerada e ocorre entre as idades de 51 e 75 anos, afetando seis vezes mais mulheres do que os homens. É responsável por fraturas no corpo das vértebras (por achatamento) e por fraturas nos antebraços. A osteoporose pós-menopausa ou Tipo I está associada à insuficiência estrogênica do climatério, ou condições que induzem precocemente ao hipoestrogenismo (diminuição de estrógenos).

Tipo II ou senil: A osteoporose deste tipo está ligada à reabsorção óssea normal ou ligeiramente aumentada, associada a uma atividade osteoblástica diminuída, com formação óssea diminuída - a osteoporose senil ou de involução, mais freqüente nas mulheres mais idosas, a partir dos 70 anos, e também no homem.É responsável por fratura, não apenas na coluna vertebral, como também na pelve, ossos longos, costelas, quadril e punho.

SINTOMAS

        A osteoporose é uma doença silenciosa, não apresentando sintomas até que aconteçam as fraturas ósseas. Os ossos que se quebram com maior facilidade são as vértebras, fêmur, costelas e ossos do punho. 

Como consequência das fraturas vertebrais, pode ocorrer diminuição da altura e alterações na postura, que determinam dores nas costas e deformidades da coluna como a corcunda. Algumas pessoas também se queixam de dores nas juntas.

COMPLICAÇÕES

As principais e mais temidas complicações da osteoporose são as fraturas. Quando elas ocorrem nos corpos vertebrais além de dor o paciente pode apresentar alterações da postura como a cifose (corcunda) e desvios laterais da coluna (escoliose). Alguns casos de fratura de fêmur necessitam de tratamento cirúrgico. Isso implica em internação hospitalar, repouso e posteriormente fisioterapia para recuperação dos movimentos.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico precoce faz-se através de uma osteodensitometria de dupla energia radiológica, que permite identificar as categorias e avaliar o risco de fratura. Podem ser feitas, também, avaliações laboratoriais e radiogramas da coluna dorsal e lombar de perfil, para rastrear a presença de deformação vertebral, entre outros exames.

TRATAMENTO

Há diferentes abordagens terapêuticas, consoante a história de fratura e fragilidade, mas normalmente implica tanto medicação como outro tipo de medidas. Nas pessoas mais idosas, institucionalizadas ou com mobilidade reduzida e com propensão para quedas, são equacionados os usos de suplementos de cálcio e de vitamina D, o uso de protetores das ancas e medidas de prevenção das quedas. Uma vez instalada a osteoporose, os tratamentos resultam geralmente em uma redução da perda de massa óssea com pouco ganho real. O tratamento de base para manutenção da massa óssea envolve medicamentos inibidores da reabsorção óssea (estrógeno...), estimuladores da formação óssea (vitamina D) e substancias coadjuvante (cálcio...). A fisioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento da osteoporose, trazendo benefícios para o sistema cardiorespiratório, muscular e ósseo, contribuindo assim para melhora da qualidade de vida desse paciente, em contrapartida a inatividade física é um fator que colabora intensamente para a refração.   

O objetivo da fisioterapia não é tanto favorecer a aquisição de massa óssea, mas promover a melhora no equilíbrio, força muscular, coordenação e condicionamento físico, na amplitude de movimento, diminuição da dor, visando sempre prevenção de quedas e consequentemente risco de fraturas. Os exercícios que podem ser realizados por indivíduos osteoporóticos são: caminhadas por 50 minutos cinco vezes na semana; atividades que envolvam equilíbrio e coordenação; exercícios que envolvam situação de peso; atividades que envolvam a extensão da coluna. Alguns exercícios devem ser evitados como, por exemplo: aeróbica de alto impacto, corrida e salto, uma vez que aumentam o risco de fraturas vertebrais por causa da fragilidade das vértebras; flexão da coluna, porque aumentam as forças de compressão na coluna, aumentam o risco de colapsos vertebrais; atividades que envolvam risco de quedas como: step, caminhada em terrenos irregulares, etc.; movimentos resistidos de fechamento e abertura de quadril, pois nesses movimentos aumenta-se a chance de fraturas proximais do fêmur.


Devido ao aumento da expectativa de vida, e com isso um aumento do número de idosos na população, é de extrema necessidade que os profissionais de saúde estejam preparados a essa nova realidade e que planejem programas de prevenção contra a osteoporose, incluindo campanhas que mostrem a importância da reposição hormonal paras as mulheres pós-menopausa que são as mais acometidas por essa patologia. A Fisioterapia é de suma importância já que esta se trata de uma patologia degenerativa, servindo o acompanhamento fisioterapêutico para minimizar os efeitos degenerativos, melhorando assim, o estilo de vida do paciente.  



Referências:

SOARES, Alberto. Consenso Brasileiro de Osteoporose 2002. Rev Brasileira de Reumatologia – Vol 42 nº 6 – Nov/Dez, 2002.

OLIVEIRA, K.F. Intervenção Fisioterapêutica na Artrose. Disponível em: http://www.interfisio.com.br/index.asp?fid=164&ac=1&id=6. acesso em: 05 set 2012.

2007. CAMPOS, F.S.; COSTA, K.E.; SILVA, B.A.P.; ALVES, T.; MUNIZ, J.W.C. Fisioterapia Aplicada na Osteoporose, Disponivel em: < http://www.wgate.com.br> acesso em: 05 set 2012.





quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ACUPUNTURA NO COMBATE AO TABAGISMO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrem, por ano, mais de 10 milhões de mortes no mundo em decorrência do cigarro. O tabaco acarreta doenças vasculares, respiratórias, cânceres, entre outros tipos de problemas. Apesar de terem consciência dos males ocasionados pela nicotina, a maioria dos fumantes não consegue deixar o vício de lado, principalmente por conta dos efeitos da abstinência. E é exatamente nesse ponto que a acupuntura pode fazer toda a diferença na luta contra o tabagismo. “No tratamento, a acupuntura atua com o objetivo de acalmar o paciente, auxiliando-o a passar pelo período de abstinência, a diminuir os efeitos da falta de nicotina e, por fim, a tonificar o pulmão diminuindo os efeitos prejudiciais do fumo e restabelecendo a saúde desse órgão vital”, explica o especialista em terapias orientais e doutor em acupuntura pela Federação Mundial de Acupuntura e Moxabustão (WFAS), Edgar Cantelli Gaspar.


  
TRATAMENTO

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o cigarro desgasta o pulmão, que é a fonte do nosso vigor. “É ele quem faz a união da energia captada pelo ar que respiramos, com a energia extraída da nossa alimentação, transformando-as em energia aproveitável pelo corpo todo”, esclarece Edgar.

Apesar de tratar o paciente de forma global e de ser uma terapia personalizada, a acupuntura costuma utilizar pontos em comum no tratamento anti-fumo. “Na Medicina Chinesa, para nenhum tratamento existem pontos padronizados que seriam utilizados em todas as sessões. Mas alguns pontos são usados largamente nesse tipo de atendimento, como Shenmen (Coração 7) e Sanyinjiao (Baço-Pâncreas 6) para acalmar a mente, Taiyuan (Pulmão 9) e Chize (Pulmão 5) para recuperar o pulmão e combater os efeitos do cigarro e Qiuxu (Vesícula-Biliar 40) para o paciente superar os períodos de abstinência. Obviamente esses são só alguns exemplos gerais, pois também são utilizados vários outros pontos, além de outras ferramentas, como a auriculoterapia”, comenta Edgar.


Segundo a especialista em terapias alternativas, Silvia Ciola, a auriculoterapia é um dos métodos mais procurados para o tratamento contra vícios. “Mais recentemente ficou popularizada a aurículoacupuntura, aplicação de agulhas na orelha, no tratamento de variados ‘vícios’, graças à propaganda espontânea de ex-dependentes que afirmam que nunca conseguiriam deixá-los se não fosse a acupuntura”, relata.

O grande trunfo da acupuntura no tratamento contra o tabaco é que ela consegue fazer com que o corpo e a mente se reorganizem naturalmente, ajudando o corpo a retornar ao seu estado saudável. No entanto, antes de mais nada, é preciso da força de vontade do paciente. “Apesar de todas as possibilidades terapêuticas, é fundamental que o paciente tenha criado consciência da necessidade de parar de fumar e esteja munido de toda a sua força de vontade, pois qualquer tratamento antitabagismo é um auxiliar a essa decisão, à força de vontade e à iniciativa

ESTUDOS

Associar acupuntura e orientação é eficaz para combater o fumo.

NOVA YORK (Reuters Health) - O uso isolado de aplicações de acupuntura ou de sessões de orientação podem ajudar as pessoas a abandonar o cigarro, mas a adoção das duas estratégias combinadas é mais eficiente ainda, sugere um artigo publicado no American Journal of Public Health.

Ultimamente, as pessoas vêm usando a acupuntura para ajudar a tratar a dependência de uma série de substâncias, do tabaco à heroína. Existem inclusive evidências de que essa técnica milenar chinesa de cura auxilie os fumantes a largar o hábito, mas a qualidade dos estudos feitos anteriormente variou muito.

Para aprofundar a investigação sobre os efeitos da acupuntura, no trabalho atual, os pesquisadores avaliaram 141 fumantes que passaram por aplicações de acupuntura, de uma simulação de acupuntura e que receberam orientação para parar de fumar. O estudo foi coordenado por Ian D. Bier, do I. B. Scientific, empresa sediada em Durham, New Hampshire, que realiza pesquisas sobre medicina natural. Na simulação de acupuntura, as agulhas são inseridas em locais próximos aos pontos tradicionais de acupuntura, mas não nos próprios pontos.

Os pesquisadores separaram os participantes em grupos que receberam: acupuntura e orientação, simulação de acupuntura e orientação, ou somente instruções para parar de fumar. Os voluntários receberam cinco aplicações de acupuntura ou da simulação de acupuntura por semana durante quatro semanas e cinco semanas de orientação.

O programa educativo foi desenhado para desenvolver estratégias individuais que ajudassem as pessoas a lidar com a dependência, a interromper o consumo de cigarros e a continuar sem fumar.

Todos os grupos apresentaram reduções significativas do hábito de fumar após o tratamento. As pessoas que receberam acupuntura e orientação conseguiram os melhores resultados: 40 por cento dos integrantes desse grupo abandonaram o cigarro. O mesmo ocorreu com 22 por cento dos pacientes que receberam simulação de acupuntura e com apenas 10 por cento daqueles que receberam apenas orientação.

Segundo Bier, os resultados da associação entre acupuntura e a orientação foram comparáveis aos obtidos com o uso de medicamentos antidepressivos e terapia comportamental de apoio. Essa tendência se manteve durante os 18 meses de acompanhamento da pesquisa, mas a diferença entre os grupos não permaneceu, comentaram os pesquisadores.

A equipe de Bier constatou que a combinação de acupuntura e orientação foi especialmente eficaz para tratar os voluntários que fumavam havia mais tempo.

"Embora a lógica indique que seria mais fácil ajudar as pessoas que fumaram por menos tempo, o estudo mostrou que as pessoas mais dependentes obtiveram melhores resultados com esse tratamento", disse Bier.


O TABACO E SEUS NÚMEROS
·         10 milhões de mortes ocorrem por ano em todo mundo, por causa do cigarro
·         30% das mortes por câncer são em decorrência do fumo
·         25% das mortes por doenças vasculares são ocasionadas pelo tabaco




Referências:

Tabagismo e acupuntura, disponível em: <http://rcl29.tripod.com> acesso em 05 set 2012
Acupuntura: Uma forte aliada contra o fumo, disponível em: <http://www.nippobrasil.com.br> acesso em 05 set 2012.